-IBRAIM ROCHA-
Hoje vi passar um casal, ele com camisa polo popular e calça jeans e sapatos pretos. Ela de um macacão branco com frestas. Ela era muito bonita. Ambos jovens. Ele segurava uma haste de miriti com sacos de multicor de algodão doce, ela caminhava ao seu lado, conduzia uma bicicleta feminina, não levavam nenhum bilhete ou coisa do gênero a manifestar a relação deles com propósito comercial, cada criança que corria pra comprar um algodão, ela se afastava , ele comerciava a guloseima, depois voltavam a caminhar, ela vez ou outra se aproximava, lhe dava um beijinho carinhoso, ajustava o instrumento de trabalho dele e seguiam pelas margens do Guamá, com seu burburinho de fim de tarde, da orla que o margeia.
A presente narrativa não é sobre o trabalho, não é apologia ao empreendedorismo, talvez o casal faça para uma renda extra ou seja a única renda. Essa história é sobre a simplicidade da vida, sobre como é fácil se Amar, ainda que se viva em dificuldade, é sobre o direito de ser feliz. Felicidades a esse casal de algodão doce. Testemunhei o Amor, já valeu esse início de 2024.
IBRAIM ROCHA, Advogado, Mestre em processo civil/UFPA, Doutor em Direitos Humanos e Meio Ambiente/UFPA, Procurador do Estado do Pará.
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